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domingo, 13 de dezembro de 2009

Olhava para as unhas, um tanto mais compridas que o que costumava deixar. Apesar de sempre gostar de trazê-las bem-cuidadas, esmaltadas, nunca as tinha deixado assim. Foi meio sem querer que descobriu que ele gostava delas compridas, então passou a cuidar para que crescecem.


Era boa para ele a sensação de passá-las, de leve, arranhando as costas. Era boa para ela o sentimento de domínio, entre a dor e o prazer, de fazer uma carícia desconcertante ou fincar, como garras, unha na carne, até sangrar, até doer, até que pedisse para parar (não que efetivamente fosse fazer isso, mas a realidade dessa possibilidade não deixava de ser boa).


Braços, costas, pernas, nuca, todos eram lugares adequados para ir descobrindo. Descobrir onde e como poderia apelar na hora de fazer cócegas, onde e como o toque mexia mais com ele.


Descobria, passando as unhas de leve nos braços, também, que passar o tempo com ele era o que mais a satisfazia ultimamente, mesmo sendo através de lembranças e associações.

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