My playlist

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Papai Noel, vê se você vem...

Então é Natal! Árvores enfeitadas, ceias, família, presentes. O rádio repetindo todas aquelas canções já conhecidas, os votos de felicidade, e paz, e prosperidade.

Vermelho e branco, as crianças ansiosas, cartinhas, surpresas e toda a sorte de histórias.

É, eu já não ponho meus sapatinhos na janela, não durmo esperando o Papai Noel chegar, não fico com pena dele ter esquecido o gorro (tão macio e bonito!) aqui na minha varanda. Agora sou eu que coloco os presentes na árvore, assino os cartões e fico acordada até bem depois da meia-noite.

Mas no fundo, eu ainda canto todas as musiquinhas bonitas que aprendi no Jardim, e olho pro céu tentando ver algum trenó ou nariz vermelho brilhando (lembram do Rodolfo, a rena do nariz vermelho?). Só que eu não admito isso em voz alta, claro.

Pra minha sorte, já tem uma nova geração na família, e junto com as crianças, eu vou poder fazer cartinhas, deixar sapatinhos e esperar, ano após ano, o Bom Velhinho.





Porque Papai Noel vem para os que acreditam. E ele já é meu velho conhecido. ;)

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Eu não tava conseguindo dar forma aos pensamentos. Que eles façam uma confusão na minha cabeça já é normal, em geral é uma sacudida e eles se arrumam, em fila indiana, certinha (nem sempre tão certa, ainda que minimamente organizados). Mas hoje demorou.


Acho que é o excesso de coisas que queria falar. Ou talvez nem sejam tantas, mas é que plural é sempre mais imponente e eu fico tentando achar as palavras perfeitas.


Só que eu descobri que não existem palavras perfeitas quando se trata de você. Mal existem palavras, é tudo um sentir quente, macio e com cheiro de canela (vai, eu gosto de canela, e você ainda pode fazer piada com isso). Eu diria que é quase como um licor forte: desce queimando, pode até atordoar na hora, mas a gente fica com o gosto na boca por muito tempo depois. E é esse muito tempo depois que me deixa assim, tão...











boba. E feliz.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

So she said "What's the problem baby?"
What's the problem I don't know
Well maybe I'm in love (love)




E talvez isso seja o suficiente para explicar porque sorrisos e olhos brilhando andam sendo minha forma preferida de me expressar.



domingo, 13 de dezembro de 2009

Olhava para as unhas, um tanto mais compridas que o que costumava deixar. Apesar de sempre gostar de trazê-las bem-cuidadas, esmaltadas, nunca as tinha deixado assim. Foi meio sem querer que descobriu que ele gostava delas compridas, então passou a cuidar para que crescecem.


Era boa para ele a sensação de passá-las, de leve, arranhando as costas. Era boa para ela o sentimento de domínio, entre a dor e o prazer, de fazer uma carícia desconcertante ou fincar, como garras, unha na carne, até sangrar, até doer, até que pedisse para parar (não que efetivamente fosse fazer isso, mas a realidade dessa possibilidade não deixava de ser boa).


Braços, costas, pernas, nuca, todos eram lugares adequados para ir descobrindo. Descobrir onde e como poderia apelar na hora de fazer cócegas, onde e como o toque mexia mais com ele.


Descobria, passando as unhas de leve nos braços, também, que passar o tempo com ele era o que mais a satisfazia ultimamente, mesmo sendo através de lembranças e associações.

sábado, 12 de dezembro de 2009

E hoje eu sou só sorrisos. Grandes, sinceros, daqueles que se vê de longe. Daqueles que caem bem com uma musiquinha cantarolada, olhos brilhantes e toda uma aura de 'boba alegre' que anda me acompanhando.


Cheguei naquele delicioso ponto em que o menor gesto, a mais descuidada frase, é objeto de análise, e lembrança, e te deixa vermelha só de pensar.


E as idéias correm soltas e animadas, como passarinhos.


(Na verdade, é no meu coração que tem passarinhos, a brincar com as borboletas que passaram a habitar meu estômago, fazendo aquelas cócegas engraçadas toda vez que eu o vejo)

terça-feira, 8 de dezembro de 2009



"Somente o que sentimos justifica o que fazemos!"






E novamente esse tal de Fluminense me inspira a escrever. Novamente, aliás, a sua torcida, que tão bem tem representado os apaixonados, e digo mais, não só os por futebol, mas apaixonados de toda sorte.


Achei essa frase emblemática. E correta, acima de tudo. Principalmente quando todo o racionalismo/opinião alheia é contra você, e no entanto, persistir parece o único caminho viável.


É preciso uma boa dose de coragem para seguir assim, e um tanto de autoconfiança e loucura também não vão mal. E se no fim, não valer a pena? "Tudo vale a pena, se a alma não é pequena", já dizia Fernando Pessoa. Eu acredito que sempre vale, mesmo que seja só um aprendizado.





E é de paixão e aprendizado é que se faz a vida, não é mesmo?

domingo, 6 de dezembro de 2009

o Catra é meu pastor...

Eu ia continuar ao ritmo de Lady GaGa, mas depois da pregação do Catra, foi impossível resistir. Explico: além de toda a eloquência desse nosso poeta em descrever suas peripécias sexuais, inclusive em outros estilos musicais (vai dizer que nunca cantarolou "É bom, uma mamada de manhã, Halls com sabor de hortelã"?), ele agora desafia a teologia e criou o "judaísmo salomônico". E olha que é coisa séria!

Apesar da menção ao Rei Salomão conter algum proveito sexual (o nosso sábio tinha nada menos que 700 mulheres e 300 concubinas, vai ver aí estava o tamanho da sua sabedoria), segundo Mylene Mizrahi, que é judia, “tudo que ele fala sobre isso [judaísmo] tem sentido e é sério do ponto de vista dele. É por esse discurso que ele chama atenção de seu público para a injustiça social. É um posicionamento político”. E ainda tem gente que estuda isso como fênomeno pós-moderno em tese de doutorado em Sociologia e Antropologia.


Ou seja, nosso Catra promove a inserção social através da putaria.



E a título de coclusão, nesse post que pretende ser sério, uma máxima do querido MC Créu: “Adoro comer carne. Se o Catra quiser, vou a um churrasco dele e levo a sobremesa”. Remoam sobre o sentido, queridos cordeirinhos.

Antes que isso vire uma mesa redonda...

parabéns a Botafogo, Flamengo e Fluminense. E obrigada pelo feriado que irá se instaurar amanhã no Rio.



;)

sábado, 5 de dezembro de 2009


I want your everything

As long as it's free
I want your love
Love, love, love I want your love
I want your drama

The touch of your hand

....................................................................................................

Ligo o som, e aos primeiros acordes, sinto a tensão relaxar. Fecho os olhos e deixo o corpo se mexer, no ritmo contagiante da música. No minuto seguinte, já não existe eu ou você, existe apenas o que canto. Tenho a impressão de ver as luzes coloridas de uma pista de dança e então eu danço, até a faixa acabar.

....................................................................................................

Repito, uma, duas, três. Pra falar a verdade, já perdi a conta de quantas vezes escutei a mesma música, mas a ebriedade que ela causa em mim é igualmente forte e irresistível.

.....................................................................................................

Percebo que arrisco passos cada vez mais fortes, do salto ao chão em cada vez menos tempo, "I'm such a lady, but I'm dancin' like a horn".

......................................................................................................

E então, de repente, o refrão e me pego cantando exatamente aquilo que poderia querer falar, mas que nunca conseguiria.

......................................................................................................


I want your love and
I want your revenge
You and me could write a bad romance
(Oh-oh-oh-oh-oooh!)
I want your love and
All your lover's revenge
You and me could write a bad romance

Oh-oh-oh-oh-oooh-oh-oh-oh-oooh-oh-oh-oh!

Caught in a bad romance.



quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Ontem eu fui tricolor, sim

Quem gosta, sabe. E nem precisa ser daqueles que lembra o lance obscuro da partida daquele campeonato truncado. Basta gostar. E ver, e vibrar, e ser capaz de se emocionar. Uma festa assim não se vê todo dia, mas no Rio de Janeiro, nesse ano de tantos reencontros felizes entre times e suas torcidas, pelo menos 2 vezes por semana a gente tem espetáculo. Mais emblemático que pão e circo.


Ontem foi o dia do Fluminense. Dia que começou semana passada, quando loucos (vulgo torcedores, porque quem torce tem mesmo um quê de louco), mesmo tendo perdido de 5 a 1, acreditaram. E fizeram o time acreditar, e o resultado foi aquele jogo sensacional. Maracanã lotado (e eu me arrependendo profundamente de não ter ido) e quando os jogadores entram em campo, o reconhecimento. Sim, eu sei que nem é meu time, mas essa coisa de apaixonado mexe com a gente. E arrepia. (olha a prova de que torcedor é mesmo louco, tô toda boba com um time que nem é o meu)


Mas foi meu time durante aquele jogo. Impossível se manter neutra quando a vontade supera o cansaço, quando a esperança e o canto intermitente das arquibancadas são o combustível. (e eu admito que cantei em casa, timidamente, com o coração na mão)


Foram 90 minutos de glória. Tempo em que eu redescobri porque gosto tanto de futebol, mas desse futebol nosso, que faz da rede sua maior deusa, entregando-lhe sacrificialmente a bola, tão nossa querida. Foram 90 minutos para acreditar que "na alegria e na tristeza, eu nunca vou te abandonar". E não vai. Não aquele que faz do time uma religião, o coloca num pedestal intocável.


E veio o apito. Silêncio de um minuto, preparando o espetáculo final. O agradecimento sincero de uma torcida que até o fim acreditou, para um time que até o fim lutou. "Time de guerreiros!"


A gente continua acreditando, Fluminense. Não num título, mas nessa paixão que transforma 70.000 pessoas em braços e vozes, que se mobilizam e saudam alegremente um grupo que na prática, tinha tudo para ser vaiado. Mas aí entra a mágica do futebol, e o time que vai se livrando do rebaixamento tem dado mais show que muitos do G-4.


E hoje? Hoje eu sou vascaína, mesmo me arrepiando e chorando vendo os vídeos de ontem. E talvez domingo eu me divida num Fla-Flu interno, mas coração de torcedor sempre aguenta.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Evidências e muito café dá nisso...

"Eu me afasto e me defendo de você
Mas depois me entrego
Faço tipo, falo coisas que eu não sou
Mas depois eu nego"





se a verdade é que eu sou louca por você, talvez ainda seja um tanto cedo para isso. Mas com certeza já tem aquele medinho de perder e somando à felicidade que estar com você me traz, como diria Madame Samovar (o bule do desenho da Bela e a Fera) "Estamos vendo alguma coisa acontecer."

("Como é que podem se entender assim tão bem? Que coisa estranha!")

e se me pergutarem o que, como o Zip, dou uma piscadinha e novamente a sábia senhora responde:

"Shhh, eu conto quando crescer".




quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Por isso cuidado meu bem, há perigo na esquina...

Mas o sinal fechado já não é garantia de nada. Aliás, depois que ser jovem virou sinônimo de subversão, o verdadeiro reacionário é o 'careta'. Exercício puramente lógico, não?

Só que mesmo com essa nossa banca de não-sou-de-ninguém-eu-sou-de-todo-mundo-e-todo-mundo-é-meu-também, os sentimentos ainda são uma coisa delicada no meio disso tudo. Pelo menos os meus são.

E eu fico tentando ser descolada e viver com relacionamentos abertos, sem pressão, saindo ocasionalmente, pegando um, outro, barzinho, casual. Teoria muito boa, sem contar que na prática, ainda sou aquela romanticazinha de querer um só, só meu, para que eu seja só dele, e que sejamos felizes para sempre, melosamente, enquanto o 'mel' não atrapalhe o 'felizes' e o 'sempre' dure.

Na tentativa de equilibrar esses contrários, sou descolada, mesmo me remoendo por dentro. Sempre pronta pra ser aquela namoradinha perfeita, mesmo que só por uma noite.

E quando essa noite acontece, aaahh...

compensa todo o perigo que uma gostosa na esquina significa, em se tratando de homens. ;)

DAS UTOPIAS

Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos se não fora
A mágica presença das estrelas!

Mario Quintana




segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Por isso hoje eu acordei
Com uma vontade danada
De mandar flores ao delegado
De bater na porta do vizinho
E desejar bom dia
De beijar o português
Da padaria...


aahh, essa mania de querer colocar tudo em papel. Mas é o meio em que eu melhor me expresso, e a felicidade é um passarinho que canta bonito, porém não se deixa prender. Ela é livre e boa, e gosta de espalhar seu canto.

Então eu ando sorrindo à espera... não de que alguém retribua, porque a felicidade genuína se basta. Mas quem sabe eu posso espalhar um pouquinho por aí?



(tô tão tontinha que nem escrever direito consigo =D )

domingo, 25 de outubro de 2009

Constância, meu bem, constância...

Taí algo que eu nunca serei. Constante. Isso de ficar parado e ser tudo exatinho, milimetricamente perfeito, antecipadamente, corretamente, dedutível, é coisa pra Matemática. E de números eu passo longe.

Fazendo jus à minha humanidade, eu sou referencial. "-Depende do contexto?" Sempre! E sempre há possibilidade para argumentação, questão em aberto.

Polissemia enriquecedora, metáfora ou metonímia, cultismo ou versos livres. Eu sou um caderno (rosa!) onde escrevo, rabisco, apago, arranco páginas, faço a minha confusão e também a desfaço. Preguiçosa e também aluna exemplar, em matéria (de) Vida, passo direto, no mínimo com 8. Às vezes 9, depende do semestre e do professor, a turma também influencia.

Mas a única coisa imutável é o gosto pelas pessoas e por essas coisas que escrevo, caprichando na letra, pra deixar minha marquinha em outros tantos cadernos...

domingo, 11 de outubro de 2009

Já que pelo visto só eu visito isso aqui...

de uma série que descobri por acaso e amei, "Menininhas", de Fernanda Sales. (menininhasserievirtual.blogspot.com)



-Eu só queria esquecer tudo, começar de novo e ser feliz, mas...
-O que foi? Continua.
-Esse tempo me fez enxergar três coisas: a minha família é a base da minha vida, as minhas amigas serão sempre como irmãs, e...
-E...
-E você sempre será o rosto que eu vejo, mesmo quando estou de olhos fechados. Sempre será aquele que eu sinto perto de mim, mesmo quando estou completamente sozinha e desamparada. Você sempre será a mão que acaricia o meu rosto, o lábio gelado que me beija docemente. E, o principal: eu aprendi que sou incapaz de não te amar.

Eles se abraçaram. Não era só um abraço qualquer, devo esclarecer. Sabe quando você não tem mais o que dizer, e, aliás, se disser algo, tem medo que não seja bom o suficiente? Então, era isso. Aquele abraço traduzia a coisa mais simples e sincera da humanidade: o amor.

sábado, 10 de outubro de 2009

Por que eu 'podia ser'? Eu sou, sendo exatamente aquilo que sei ser. Se os outros só vêem um possível passatempo, dói, machuca, mas lamento por eles, porque não pouca gente vê além, enxerga que por trás dos meus abraços e do não-freio da minha língua, existe uma pessoa, alguém que pensa e sente, tanto ou mais que eles.


O mais importante e bonito do mundo é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, mas que elas vão sempre mudando.

Guimarães Rosa

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

(De) lua...

Algumas amigas me chamaram a atenção para a lua hoje. Redonda, branca, tão bonita, e grande, e perto - Cheia (de beleza? de ternura? de possibilidades?).

A verdade é que a lua sempre nos fascinou, e seja por isso, ou por suas fases, foi ligada às mulheres. Ela, também mulher. E mulher, e complexa. E doce, e também rancorosa. E bela, mas terrível em sua beleza (a pobre vitória-régia que o diga), portanto, pra resumir, inconstante.

(D)essas nossas inconstâncias femininas, já ouvi dizer que a lua tem a ver com o ciclo menstrual. Se tem mesmo, eu não sei, mas uma coisa que já percebi, inclusive por experiência própria, é que a lua cheia nos inspira. Ah, mas ela é tão manhosa, tão cheia de artimanhas, que nunca se sabe o que ela vai nos inspirar... Se é a doce languidão de ficar aconchegantemente abraçada a um (ainda que momentâneo) peito masculino sentindo que a sua vida depende daquela proteção ou se aquele desejo louco de apertar: os braços, a nuca, juntar-se num beijo ardente, ser a mais fogosa das amantes que um homem possa sonhar em ter.

Se você tem um namorado, ou um homem pra, por pelo menos por algumas horas, chamar de seu, basta instruí-lo e pronto, tudo resolvido. Mas se não, e ainda mais se estiver nesses tresloucados calores...















será que ducha fria resolve?

domingo, 20 de setembro de 2009

Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbados
O lirismo dos clowns de Shakespeare.
- Não quero saber do lirismo que não é libertação

Poética, Manuel Bandeira.


As idéias embaralham, mas a lucidez não podia ser maior. Novas cores, aromas - novos amores. A poesia torna-se líquida e as línguas, num doce engrolar, se soltam. (ou se enroscam, algumas se expressam melhor em conjuntos: binários, terciários, ou em qualquer possibilidade matemática alcançável)

Sorrisos (às vezes alguma lágrima incontida) e as almas dionísica, sedutoramente, desnudas. Império de Eros por excelência. Um saudável esquecimento, alegria genuína por algumas horas.

Tudo graças ao néctar (disponível em vários sabores!) preferido da juventude, dos poetas e de todos aqueles que trazem a centelha (divina) da criação no brilho dos olhos.

Porque ao longo do tempo, a bebida sempre foi perfeita fonte: de inspiração, de libertação, de consolo...





(Para os meus bêbados preferidos - de sempre)

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Uma canção.

Oh, why you look so sad?
tears are in your eyes
come on and come to me now

E apesar da imagem de forte, muito do que acontece te magoa, profundamente. Mais do que as pessoas percebem. E você se recolhe, a cada vez.




Don't be ashamed to cry
let me see you through
cause I've seen the dark side too

Ainda assim, eu sei. Eu sinto, apenas. Eu sinto como se fosse comigo, porque de certa forma também o é.



When the night falls on you
you don't know what to do
nothing you confess
could make me love you less

E ao contrário do resto, isso me aproxima mais de você. Porque mesmo com palavras talvez um pouco mais ásperas, eu vejo as entrelinhas. E elas brilham, com o brilho da sua alma.




I'll stand by you
I'll stand by you
Won't let nobody hurt you
I'll stand by you

E eu quero estender minha mão, pra ter um pouco desse brilho comigo.



So,
if your mad, get mad
don't hold it all inside
come on and talk to me now

Não precisamos nos falar sempre para saber que a nossa cumplicidade extrapola qualquer explicação. Quando nos precisamos, nos temos, e isso basta.



But hey, what you've got to hide
I get angry too
but I'm a lot like you

Porque mesmo que não percebam, nossa cores são tão próximas que se confundem, às vezes. E é arco-íris sempre que elas cantam, gêmeamente juntas, mesmo numa trágica ópera.



When you're standing at the crossroads
don't know which path to choose
let me come along
cause even if your wrong

E por falar em cantar... eu alcançaria qualquer nota, para que o seu solo ficasse mais bonito...




I'll stand by you
I'll stand by you
won't let nobody hurt you
I'll stand by you
take me in into your darkest hour
and I'll never desert you
I'll stand by you

Mesmo a mais aguda, mesmo que tivesse que gritar para abafar algumas inconvenientes vaias, porque seu show vale a pena.




And when,
when the night falls on you baby
your feeling all alone
walking on your own

Mesmo que tivesse que mergulhar no escuro, naquele escuro-opressor-de-dar-medo, a sua presença já me acalmaria. E eu te cederia a fagulha para reavivar o fogo, e clarear, e esquentar de novo.





I'll stand by you

Sempre.








sábado, 1 de agosto de 2009

houve um tempo em que eu respondia por "preguicinha". Julgamentos ideológicos à parte, ele realmente me cai bem.


A minha identificação com esse bichinho, capaz de ficar horas e horas parado na mesma posição, é total.


É meu lado "preguicinha" falando quando eu demoro a atualizar aqui. Idéias não andam faltando, mas e a vontade de digitar?


Tão melhor ficar deitadinha na minha cama... =)

domingo, 26 de julho de 2009

toca. assim, de leve, como quem tem medo de espantar. deixa a mão lá. sim, deixa, com cuidado, como que acostumando à presença dela. ensaia um carinho, pra não ser brutal. os olhos se fecham, a respiração, ainda leve.

aos poucos, cria coragem para passear. desliza a mão, sem jamais perder o contato com a pele. volta de onde saiu. prestando atenção no movimento dos olhos e nas mudanças da repetição diafragmática, encontra um ritmo. começa devagar e aos poucos, vai aumentando.

a intensidade faz ela se mexer, estica as pernas, abre, fecha, eleva os quadris, os olhos reviram na medida em que o toque já não é mais tão delicado. está arfando.

começa a pressionar, não muito, pra não machucar, o objetivo não é esse.

o objetivo é lembrar o desejo adormecido. lembrar que a possibilidade do prazer ainda é real, apesar ...

Um café (parte 2)

Esfregava as mãos para esquentá-las. Mesmo os 15º ºC do inverno carioca eram o bastante para fazê-lo desejar estar longe, muito longe. Onde o sol esquentasse e ir à praia parecesse convidativo. aproveitou a hora do almoço para descer e tomar um café - preto, forte e revigorante. Quem sabe comer um sanduíche, ou um salgado, qualquer coisa, desde que quente.

Abriu a porta para a senhora entrar. como legítimo cavalheiro, só entrou ele mesmo depois. Foi quando sentiu sua mão puxada. Acompanhou com o olhar: do pingente de uma pulseira, pertencente ao delicado pulso, chegou ao rosto rosado (será de frio? não importa, é lindo!) onde cabelos castanho-avermelhados mexiam-se levemente com o vento.

A moça denotava um misto de surpresa e impaciência, e ele apenas seguiu-a para fora da loja, desprendendo a pulseira dela de sua luva e preocupado apenas em manter alguma conversa. Tudo o que lhe importava era continuar a ver aquele rosto que inexplicavelmente, tanto o aquecia.

Um café (parte 1)

Pega o café na máquina - fumegante - e se senta numa mesa escondida num canto. Gosta de observar as pessoas, distraidamente. Às vezes, olha tão fixamente pra alguém que a pessoa, curiosa, retribui o olhar. E ela baixa os olhos para seu café. Leva aos lábios o mocaccino, calor acariciante de um gole no inverno carioca. Inverno que nem é tão inverno assim, mas talvez seja justamente o melhor: frio suficiente para desfilar seu com trench coat e bochechas rosadas, mas sem fazer desistir de sair.

Pousa o copo na mesa, sacando uma barra de chocolate da bolsa. Come, termina o café e levanta-se. Na porta, sua pulseira prende em algo. Dá um leve puxão, mas como não solta, vira-se para ver o que era.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Nostalgia

saudade do que não se tem mais.


saudade do passado, que nem era tão bom assim, mas era conhecido, e por isso, seguro. porque ultimamente, o desconhecido tem me dado um medo...


e a minha única vontade é ficar deitada na minha cama com um bom estoque literário e de chocolate.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

essa saudade que eu sinto, de tudo que eu ainda não vi...


e também do que eu vi. do que existe, existiu ou existirá. esse sentimento de que nada vai aplacar essa sede de ter, conhecer, seja gente, lugar ou livro, fatos e bichos, ainda vai me deixar maluca. ou já estou - só faltando o atestado. mas pra que serve o atestado se só diz algo que já sabemos?

sei lá, vontade de falar. por horas e horas, mas não sei nem de quê. ou com quem. então fico nesse monólogo aparentemente desconexo, porque na verdade, quando falo comigo mesma é tudo de uma verdade cristalina e simples, porque é o mundo que compluca tudo. "o inferno são os outros" diz Sartre.

aprendi com uma mestra de literatura. mestra não só de literatura, mestra em fazer chá e escutar seus alunos. em identificar seres pensantes, mesmo em criaturas de 16 anos. mestra em saber que mesmo nos amores adolescentes, mesmo nos namoros de escola, há amor o suficiente pra você ter a maior dor de cotovelo da sua vida, e mesmo depois de se desapaixonar e reapaixonar, sentir uma fagulha dele em você. e saber que ela vai permanecer pra sempre, porque ele foi você e você foi ele, mesmo com os apelidinhos, mesmo sem mal terem se tocado - porque suas almas se tocaram através do olhar. e foi noite na sua vida enquanto isso era o que dominava seu coração. e vai ser um eterno quase-alvorecer enquanto não achar outro que te faça sentir o mesmo.

e isso, ahhh, só se aprende escutando os silêncios que fazem parte da ópera da vida, como diria o tenor machadiano. e machado tem autoridade pra falar,né?


(pra aplacar o silêncio da saudade, vou cantar um pouco. porque eu vivo só pra música quando estou cantando.)

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Laissez fare. Deixar fazer, na tradução literal. Expressão perigosa, pois dá liberdades que podemos nos arrepender depois.

Liberdade. Palavra bonita, de fácil compreensão. Mas a prática? Ahh, como sempre, fazer é um problema.

E voltamos ao fazer. Fazer... realizações? Grandes feitos? Ou caprichos? No fim, fica sempre a dúvida da intenção.






Então, o negócio é mesmo deixar fazer. Porque as possibilidades são múltiplas. Vamos fazer, depois a gente vê no que vai dar...

terça-feira, 30 de junho de 2009

Don't go around breaking young girls hearts.

Sentou. Na janela, como sempre. Sua mãe vivia lembrando-o de como pioraria sua sinusite, de que ganharia uma rinite e todos esses ites respiratórios. Que diabo, como um pouco de ar fresco podia fazer mal? Ainda assim, fechou um pouco. Não completamente, precisava sentir um pedaço do mundo que passava, precisava de liberdade - mesmo que fosse pela pequena fresta da janela aberta.

Olhou o relógio - duas e meia. Antes das quatro, com um pouco de sorte, estarei chegando. Sentiu a fome apertar a barriga e pegou uma barra de cereal na mochila. Gosto de nada. Olhou a embalagem, 90 kcal. Não me admiro das garotas gostarem disso, com tanta propaganda de zero gordura trans e apenas 90 kcal...

Um carro encostou ao seu lado, com um som ensurdecedor. O motorista berrava a letra do funk, numa disputa com o aparelho, sobre os dotes de uma... melhor deixar pra lá.

Fechou os olhos. Sentiu cheiro de pipoca quando parou no sinal, aspirou (e tossiu) fumaça quando o caminhou cortou seu ônibus (Filho da Puta!), abriu os olhos a tempo de ver a moça bem vestida passar, depois que sentiu o cheiro do perfume doce que anunciava a presença dela.

Sem dar por isso, começou a cantar. A música do rádio, she said i'm the one, but the children is not my son, o pagode da infância, Garçom, aqui nessa mesa de bar, Preta Gil.

E quando saiu do transe no qual a música o deixou, surpreendeu-se por estar perto do seu ponto. Levantou, e passando no corredor, olhou duas vezes para a garota do último banco. Bonita, sempre a via nesse trajeto, há mais de um ano, mas nunca parei pra falar com ela. Sorriu e desceu.

Na calçada, já pensava em Clara, ao menos quando estou chegando lembro dela.

sábado, 27 de junho de 2009

(Maus) hábitos...

Apesar da aparente arrogância (seria autosuficência?), era extremamente exigente. Com o que lia, com as opiniões, com os outros, consigo. Era razoável e bem justa, mas não admitia nada menos que excelente. O melhor, se possível.

Por isso, odiava se sentir impotente. A externalização máxima desse sentimento era quando precisava recorrer a terceiros, porque não daria conta - (de algo, de alguém, dela?). Não se importava, no entanto de ajudar, tampouco o fazia para enaltecimento - seu sentimento de solidariedade era genuíno.

Beirava o infantil em sua visão de mundo, acreditando no melhor das pessoas. Era condescente e sempre disposta a dar uma segunda chance, erros nos fazem humanos, gostava de repetir.

Porém, nada se aplicava a ela mesma. Nada de desculpas. A aparência tranquila destoava com a ansiedade de não ser o bastante: tinha que atingir um patamar acima do ideal. Não compreendia muito bem como podia ser assim, e por isso mesmo, não o demonstrava.

Por isso, escritora inconstante. Admitia que seus textos traziam às vezes algo de interessante, mas eram autobiográficos, autobiográficos demais. Expunha-se em cada linha, mais do que conseguiria dizer, mesmo para os melhores amigos. E ao alcance de todos. Além disso, dependia do humor para escrever.

Mas o primeiro passo é reconhecer-se necessitado, não? Então tentava. Precisava livrar-se desses hábitos.

domingo, 7 de junho de 2009

Resumo de Goethe

Fausto - o homem.

A barganha, a vontade insaciável. O querer saber mais e mais, a confiança na sua racionalidade. O tédio do mundo, a aposta de Deus.


Margarida - a mulher (ou o anjo).

A beleza. Candura, as qualidades irretocáveis. Dedicação. A pureza que, se maculada, morre.



Mefistófeles

O diabo. Aquele que desvia, usa de artimanhas para conseguir o que quer. Espalha a dor, ainda que não conscientemente.





(vulgo eu).

terça-feira, 2 de junho de 2009

Expectativa

substantivo masculino: friozinho na barriga diante de algo com grandes possibilidades de ser muito bom. ;)

sábado, 30 de maio de 2009

Quero todas as sensações possíveis. Quero o palpável, o imaginável, o arrepiante. Quero movimento, muito movimento, luzes, cores, música.

Uma dose, outra e mais outra. Sal, limão, calor que desce pela garganta, calor que me deixa alerta.

Eu quero mais, o hedonismo sagrado, o nirvana, o tal do sentido (?) da vida.

Eu quero sempre mais. De ti, de mim.

sábado, 16 de maio de 2009

Café,livros e preguiça.

Sorriso infantil, bochechas coradas. Sentada numa mesa, olhava feliz à sua volta - apenas três rostos conhecidos, mas sentia-se em casa. Do copo fumegante à sua frente, subia um vapor aromático convidativo. Bebeu um gole do delicioso Mocaccino expresso. Café, canela e chocolate. E mais café.



Outro dia. Das sacolas que carregava, sentia um orgulho bobo da que tinha seus livros.

- Carteirinha da Ordem?
-Não,ainda não.
-Estuda na Estácio?
-NÃÃÃO! Estudo na U-NI-RIO. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.
-Desculpe, não temos descontos.

Tudo bem, só de pronunciar o nome da minha faculdade e ter meus livros de Introdução ao Direito, eu fico feliz.







E agora, com a preguiça que esse frio me traz, vou tomar um café. E folhear meus livros.


"Café preto que nem a preta velha/Café gostoso/Café bom" - Drummond




"O Direito comporta cinco realidades diferentes:

Norma: a regra social obrigatória.

Faculdade: a prerrogativa que o Estado tem de criar leis.

Justo: o que é devido por justiça.

Ciência: a sistematização teórica e racional do Direito.

Fato Social: o está ligado aos fatos sociais – econômicos, artísticos, culturais, esportivos, etc." - Nader



Porque eu preciso de muito pouco pra ser feliz

domingo, 10 de maio de 2009

Séduire

E depois de algum tempo, eu me sinto bonita de novo. Bonita e interessante e desejada. Obviamente, meu facilmente inflável ego está nas alturas - seu estado normal. Eu sorrio e recebo sorrisos de volta, e cantadas, e... ahhh! Sim, os conectivos marcam bem a sucessão/soma de sensações.

Enquanto eu descubro as maravilhas da solteirice, agora pronta para aproveitá-las, vou me descubrindo. Faço planos e me dedico aos amigos - quem diria que eu consigo ser relativamente bastante auto-suficiente?

E me divirto ao aprender a arte de séduire : porque o francês, sussurrado, é absolutamente tão... !

sábado, 9 de maio de 2009

Pra tirar a poeira...

Essa semana eu percebi que a felicidade depende muito mais de você do que qualquer outra coisa. Percebi também que uma vez acostumada ao riso, as crises de abstinência do mesmo são insuportáveis - e seu uso prolongado, além de promover rejuvenescimento facial (não que eu precise), não tem contra indicações, ao contrário : todos agradecem.

Por se olhar no espelho, por cantar/gritar uma música, por assistir a uma boa aula (por que não?), por experimentar coisas boas, por estar com os amigos, por poder viver - tantos os motivos!

E quando se sorri, o mundo sorri com você. E você fica mais bonita, mais interessante - e percebe que não é preciso nada de extraordinário ou folhetinesco, está à sua escolha. É só aceitar a marca suja da vida; "me cobrir de humanidade me fascina e me aproxima do céu" - ainda que particularmente, eu prefira o inferno dantesco. ;)

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Fure o dedo,faz um pacto comigo?

"a vida inteira eu quis um verso simples
para transformar o que digo
rimas facéis, calafrios"


Nunca foi fácil, não é mesmo? Apesar da proximidade, nossas naturezas tão distintas fazem o atrito, inevitável. Mas é no atrito que surge a centelha, e nela, o sentimento. Eu não ficaria tão irritada se não ligasse - mas admitir nem sempre é fácil.

Temos fases, e mudamos, também. "Sê como o rio que flui" , diz alguém que já não me recordo. A referência confusa, perdida entre tantas outras, se destaca na profusão de maneiras pelas quais eu poderia te dizer. A prolixidade é apenas ilusória - you know what I mean, darling.

Aaahh, ser sua irmã pode nem sempre ser fácil, mas eu juro (deixando qualquer implicância de lado) que eu não te trocaria por nada nesse mundo. Eu te amo.

domingo, 26 de abril de 2009

Filosofia (de boteco).

Somos naturalmente egoístas. A 1a pessoa é o eu, sujeito mais simples e usual. Se temos um nós, é porque o eu está incluído - o ele(s) só serve mesmo pra acusar (e, consequentemente, se safar - olha o sujeito oculto aí).

Se então, o que vale é o nosso próprio interesse, devemos agir de modo a garanti-lo. Mas vivemos em sociedade e nossas ações não são isoladas, muito pelo contrário.

A solução? Fazer com que os outros ajam em nosso favor. Tudo consiste em convencer os outros que a felicidade deles depende da sua.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Balões

Fosse pelo brilho contra a escuridão do céu à noite, ou pelo sorriso que arrancava das pessoas, o fato é que eu sempre fui fascinada por balões. Esse pontinhos de luz, como estrelinhas que se movem pelo céu, me deixavam pensando... de onde vieram, para onde vão, quem os percebem ou lhes são indiferentes? Perguntas quase filosóficas.
Eu também, como curiosa que sou, procurava um fio, que como as pipas, os ligassem à terra. A física trouxe a explicação - e talvez um certo desencanto - mas deixou uma constatação um tanto poética : eles eram livres para vagar, até que o fogo que os consumiam, se acabasse. Talvez nós também sejamos um pouco assim (cabe esclarecer que "fogo" não necessariamente assume uma conotação sexual, particularmente, o meu seria a já referida curiosidade, que me possibilita uma liberdade criativa e não-corporificada, e portanto, a salvo dos outros).
Ver esses pedacinhos de papel colorido iluminando as noites frias me dá uma alegria infantil. E eu agradeço aos baloeiros por fazerem deles presentes à minha imaginação.




*PS : pra quê ser ecologicamente correta? ;)

Book Club

Aaahh, as minhas meninas! Os meus amores mais lindos, mais atemporais, permeados por todas as (boas) possibilidades literárias. Ocasionalmente, adimitíamos mais membros (ainda mais ruivas,hihi), porém as 4 ainda são as principais - sócias vitalícias.


Se as responsabilidades não nos deixam ter o contato diário, fica sempre latente aquela saudade, o amor e a sensação de que sempre as terei por perto - nem que seja pra aturar os sadismos. ;)


Mocinhas, haja o que eu houver, não sumam nunca, tá?

Tédio, seriados e muita raiva.

Uma coisa que eu realmente gosto de fazer é me jogar no sofá e ver todos os meu seriados favoritos. Sendo eles muitos, sou capaz de ficar dias e dias em frente à TV, sem me incomodar nem um pouco.

Um desses muitos é o Life, que passa toda quarta no AXN. O protagonista, um sujeito que à primeira vista não regula muito bem, é um detetive injustamente condenado por um duplo homicídio, e após cumprir 12 anos de pena numa penitenciária federal, consegue provar sua inocência e é solto, readmitido na polícia e ainda por cima recebe uma indenização inimaginável do governo.

O mais interessante desse cara é que enquanto estava na prisão, tem contato com um livro, O caminho para o Zen. Depois dessa leitura, Charlie aprende a não dar vazão aos seus instintos mais instantâneos - ele mantém a calma e sempre acha um jeito (definitivo) de não fisicamente resolver seus problemas - e olha que ele tem que desvendar o próprio caso, desvencilhando-se das inúmeras armações dos poderosos da polícia de LA , além de lidar com os casos diários para o qual é designado.

Daí, eu tiro uma lição : NUNCA descer do salto, aconteça o que acontecer. O mundo não tem culpa dos seus problemas, tampouco você dos dos outros. Alguma hora, as coisas vão se acertar - e você ainda será uma pessoa respeitável, então.




(Porque nem só de livros e filosofia são feitas as minhas referências, posso - e sou - tão "fútil como qualquer pessoa normal)

quarta-feira, 22 de abril de 2009

¿Quién me va a curar el corazón partío?

E a pergunta que volta e meia me assalta (ainda) é esta: ¿Para qué me curaste cuando estaba herido, si hoy me dejas de nuevo con el corazón partío?

Pode parecer falta de assunto (e também o é). Sinto muito, tenho tempo, tédio, dor de cotovelo e um lugar pra escrever. Alimentados por MUITA música - ocasionalmente estou mais chata, outras horas, nem tanto.

Mas voltando à minha pergunta. Ao menos, o bom de sempre estar me dando mal me dá sabedoria suficiente pra refutar o tendencioso convite à depressão em Después de ti no hay nada. Si,hay (exercitemos o espanhol) - tengo mis amigos, tengo una vida y el deseo de ser feliz.

Então, mocinha, queixo erguido, um sorriso e olhos atentos.

Afinal, nunca se sabe quando pode se encontrar a resposta de ¿Quién me va a entregar sus emociones?

terça-feira, 21 de abril de 2009

Romantismo

Estariam os românticos tão errados assim? Não são os mais belos amores os impossíveis, idealizados, mesmo Platônicos?
Descubrir que o objeto do seu amor não é lá tão perfeito assim pode ser decepcionante, mas ainda não é pior que concretizá-lo, e , então, esgotá-lo.
É mais nobre sofrer à distância que pela distância. E achar que a chuva é o (seu) pranto, e ver a morte como uma saída doce... Me parecem (bons) ideais, mas impossíveis de serem resgatados hoje.

Ainda assim, o Romantismo não morreu de todo. Afinal, a gente ainda espera pelo príncipe, não é?

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Sobre ser passarinho.

Tem dias em que me sinto como um dos muitos canários da minha avó. Pequenos, fofos, dóceis. Só comem e cantam.
Seriam no entanto eles felizes? Batem suas asas e vão de um poleiro ao outro, mas no seu íntimo não sentem falta de uma ancestral liberdade? Se cantam, seriam seus cantos um extravasamento emocional, um lamento melancolicamente belo?
Não sei. Mas uma coisa me fascina neles - e cria esse vínculo estranho de reconhecimento especular. Independentemente do que eles realmente sintam, dia após dia, eles persistem e são capazes de nos dar um daqueles momentos mágicos, em que sorrimos mesmo sem saber muito bem o porquê.
Que eu possa ser então um passarinho, algumas (muitas) vezes.



(escute a música "A case of you", de Joni Mitchell - me ajudou a ajeitar essas idéias)

domingo, 19 de abril de 2009

A mais bonita

"Hoje eu arrasei
Na casa de espelhos
Espalho os meus rostos
E finjo que finjo que finjo
Que não sei"



E novamente a música me salva. Do tédio, do desespero, de mim. Não tenho a pretensão de me fazer querida quando arrisco meus agudos - mais agudas são as sensações que deixo que saiam.
Então me sinto leve. E feliz. Olho pela janela e o mundo está em paz.
Ou quase, afinal é domingo e pulsa no ar a expectativa : da semana, do time que será campeão, do novo amor, da viagem, do tempo que passa, e passa, e passa.

E agora?

Se já não sou o aconchego das horas incertas, me acostumo a espantar o frio (interno) com um chocolate quente e as risadas do amigos. Entendo os ciúmes e a solidão da Karenina, mas compartilho o amor como Vinicius : "Que não seja imortal, posto que é chama / Mas que seja infinito enquanto dure." - eis o mote com o qual, de queixo erguido e voz clara, sigo cantando.
Seguir pode parecer o mais difícil, talvez por ser o essencial. Mas eu sigo, como teimosa que sou.
Até que eu brilhe nos olhos de outro e a chama se renove (afinal, "São demais os perigos dessa vida, pra quem tem paixão principalmente"). Até que tudo não passe de uma doce recordação.