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domingo, 28 de fevereiro de 2010

Cachorros são bebês

pelo menos na visão de seus donos. É engraçado como nós falamos (sim, porque nós CONVERSAMOS com eles, aliás, não só com eles, mas com qualquer bicho - eu pelo menos tinha verdadeiras sessões de análise com os cavalos do colégio) naquele mesmo dialeto mongo-fofo que usamos com crianças pequenas. E é "neném" pra lá e "vamos papar?" pra cá... e nossa cara de felicidade tontamente genuína e despreocupada.



É por isso que toda mulher sempre se rende a uma criancinha ou a um cachorrinho - desperta essa coisa que nos aflora desde a nossa primeira boneca, o tal do instinto maternal.



Anotem a dica aí, meninos. ;)

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Às vezes é bom dar uma sacudida...

e quebrar a rotina. Mesmo a literária.


Isso não quer dizer mudar radicalmente, talvez seja até mesmo retomar velhos hábitos. Reler livros há muito esquecidos, mas queridos, como aquela blusa que às vezes esbarramos no armário, tão bonita, só que fora da moda atual. Até que resolvemos usá-la assim mesmo.


Voltando aos livros, arrumando o meu armário, reencontrei alguns da Agatha Christie. Romances policiais, com o detetive Poirot. Além de serem histórias muito bem contadas, foi um dos meus primeiros contatos com crimes - e portanto, leis. Das histórias de detetive aos seriados policiais, os Law and Order e similares, foi pura questão de tempo. E eu não tenho problema nenhum em admitir que a minha primeira inspiração pra cursar Direito foi a rotina neles apresentada - mesmo que com altas doses de romantismo.


Nessa ansiedade de volta às aulas e com uma grade com as primeiras matérias de Direito, de fato, voltar àquilo que me inspirou foi no mínimo reconfortante - e carinhosamente nostálgico. Como sair com aquela blusa querida...





que mesmo fora de moda, fica absolutamente perfeita em você.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

E só agora começa...

Ouvi por aí que o ano velho termina 10 dias antes do Natal e o novo só começa depois do Carnaval. Não consegui pensar em melhor definição que esta - e me incluo no grupo. Verão, praia e bíquini são uma tríade que encanta e ao mesmo tempo desespera a maioria das cariocas. Mas todas as promessas de dieta e exercícios são suspensas para as Festas. E depois do ano novo tem a ressaca, e depois a preguiça (aahh, o ano tá só começando!), e depois o Carnaval (e mais bebida, e festa, e comida).


É por isso que hoje, segunda-feira, é um dia triste. Porque agora que terminou MESMO o Carnaval. Hoje não temos mais nenhuma desculpa para protelar as promessas de ano novo, se é que pretendemos cumpri-las.


Porque podemos deixá-las para o próximo ano - se a nossa consciência e as nossas roupas ainda permitirem...

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Quando as idéias não se ajeitam, parece que alguém já escreveu tudo o que você queria dizer

Dos ficantes aos namoridos

Se você é deste século, já sabe que há duas tribos que definem o que é um relacionamento moderno.

Uma é a tribo dos ficantes. O ficante é o cara que te namora por duas horas numa festa, se não tiver se inscrito no campeonato “Quem pega mais numa única noite”, quando então ele será seu ficante por bem menos tempo — dois minutos — e irá à procura de outra para bater o próprio recorde. É natural que garotos e garotas queiram conhecer pessoas, ter uma história, um romance, uma ficada, duas ficadas, três ficadas, quatro ficadas... Esquece, não acho natural coisa nenhuma. Considero um desperdício de energia.

Pegar sete caras. Pegar nove “mina”. A gente está falando de quê, de catadores de lixo? Pegar, pega-se uma caneta, um táxi, uma gripe. Não pessoas. Pegue-e-leve, pegue-e-largue, pegueeuse, pegue-e-chute, pegue-e-conte-para-os-amigos.

Pegar, cá pra nós, é um verbo meio cafajeste. Em vez de pegar, poderíamos adotar algum outro verbo menos frio. Porque, quando duas bocas se unem, nada é assim tão frio, na maioria das vezes esse “não estou nem aí” é jogo de cena. Vão todos para a balada fingindo que deixaram o coração em casa, mas deixaram nada. Deixaram a personalidade em casa, isso sim.

No entanto, quem pode contra o avanço (???) dos costumes e contra a vulgarização do vocabulário? Falando nisso, a segunda tribo a que me referia é a dos namoridos, a palavra mais medonha que já inventaram. Trata-se de um homem híbrido, transgênico.

Em tese, ele vale mais do que um namorado e menos que um marido. Assim que a relação começa, juntam-se os trapos e parte-se para um casamento informal, sem papel passado, sem compromisso de estabilidade, sem planos de uma velhice compartilhada — namoridos não foram escolhidos para serem parceiros de artrite, reumatismo e pressão alta, era só o que faltava.

Pois então. A idéia é boa e prática. Só que o índice de príncipes e princesas virando sapo é alta, não se evita o tédio conjugal (comum a qualquer tipo de acasalamento sob o mesmo teto) e pula-se uma etapa quentíssima, a melhor que há.

Trata-se do namoro, alguns já ouviram falar. É quando cada um mora na sua casa e tem rotinas distintas e poucos horários para se encontrar, e esse pouco ganha a importância de uma celebração.

Namoro é quando não se tem certeza absoluta de nada, a cada dia um segredo é revelado, brotam informações novas de onde menos se espera. De manhã, um silêncio inquietante. À tarde, um mal-entendido. À noite, um torpedo reconciliador e uma declaração de amor.

Namoro é teste, é amostra, é ensaio, e por isso a dedicação é intensa, a sedução é ininterrupta, os minutos são contados, os meses são comemorados, a vontade de surpreender não cessa — e é a única relação que dá o devido espaço para a saudade, que é fermento e afrodisíaco. Depois de passar os dias se vendo só de vez em quando, viajar para um fim de semana juntos vira o céu na Terra: nunca uma sexta-feira nasce tão aguardada, nunca uma segunda-feira é enfrentada com tanta leveza.

Namoro é como o disco “Sgt. Peppers”, dos Beatles: parece antigo e, no entanto, não há nada mais novo e revolucionário. O poeta Carlos Drummond de Andrade também é de outro tempo e é para sempre. É ele quem encerra esta crônica, dando-nos uma ordem para a vida: “Cumpra sua obrigação de namorar, sob pena de viver apenas na aparência. De ser o seu cadáver itinerante".



Martha Medeiros

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Trilhas sonoras

Acho que não conheço ninguém que não goste de música. Claro que cada um tem suas preferências, mas uma batucada, um arranjo bem executado, uma boa voz (ou não, pra certas músicas mais importa o ritmo e a brincadeira que a qualidade vocal do intérprete em si) e aquele dia ruim já melhora - nem que seja apenas enquanto a faixa está em execução.


Particularmente, acho que consigo escutar de tudo um pouco, dependendo apenas da situação, e claro, do volume do som. Desde I gotta feeling o mais alto que a caixa de som suportar a Samba da bênção mais sussurado que cantado, ouço tudo, mesmo os sertanejos, RBD, instrumental, Carmina Burana. Bem democrática.


E por falar em Democráticos, a música alimenta uma outra paixão minha - a dança. Balé, jazz, sapateado, dança folclórica, Flamenca, samba de gafieira, forró, zouk, tango (!), samba, axé, funk. Topo, por que não? Se danço bem é outra história, mas que eu gosto, aaaah, se gosto.


Música é assim, sempre traz alguma outra coisa de bom junto. É por isso que os filmes e seriados (e novelas e até BBB!) têm trilhas sonoras. Elas marcam momentos que não queremos esquecer, momentos especiais.



Acho que é por isso que sempre associo tudo à música. Acho que é por isso que eu vivo cantarolando, mesmo que baixinho, quando estou do seu lado "É, só eu sei..."

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

"Fundamental é mesmo o amor, é impossível ser feliz sozinho." . Concordo plenamente. Tem qualquer coisa no amor que nos deixa melhor, nos faz sorrir mais, nos deixa mais bonitos. E mesmo assim, tem aquela pontinha de ansiedade, aquele frio na barriga, a vontade de sempre agradar. A dúvida se o vesido está bom, se a maquiagem não é exagerada (não seria melhor sem?), se o perfume é gostoso - enfim, se ele vai gostar.


Essas sensações podem até ser um tormento na hora de se arrumar, nos dar mesmo vontade de chorar - de frustração? de raiva? - ou nos fazer querer nos enfiar num buraco debaixo da terra.


Mas quando criamos coragem e decidimos - horas e tentativas depois - sair, e encontramos um sorriso e um elogio, junto do abraço e do beijo carinhoso, aaaahhhh, vale a pena, deliciosamente a pena.