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quinta-feira, 30 de abril de 2009

Fure o dedo,faz um pacto comigo?

"a vida inteira eu quis um verso simples
para transformar o que digo
rimas facéis, calafrios"


Nunca foi fácil, não é mesmo? Apesar da proximidade, nossas naturezas tão distintas fazem o atrito, inevitável. Mas é no atrito que surge a centelha, e nela, o sentimento. Eu não ficaria tão irritada se não ligasse - mas admitir nem sempre é fácil.

Temos fases, e mudamos, também. "Sê como o rio que flui" , diz alguém que já não me recordo. A referência confusa, perdida entre tantas outras, se destaca na profusão de maneiras pelas quais eu poderia te dizer. A prolixidade é apenas ilusória - you know what I mean, darling.

Aaahh, ser sua irmã pode nem sempre ser fácil, mas eu juro (deixando qualquer implicância de lado) que eu não te trocaria por nada nesse mundo. Eu te amo.

domingo, 26 de abril de 2009

Filosofia (de boteco).

Somos naturalmente egoístas. A 1a pessoa é o eu, sujeito mais simples e usual. Se temos um nós, é porque o eu está incluído - o ele(s) só serve mesmo pra acusar (e, consequentemente, se safar - olha o sujeito oculto aí).

Se então, o que vale é o nosso próprio interesse, devemos agir de modo a garanti-lo. Mas vivemos em sociedade e nossas ações não são isoladas, muito pelo contrário.

A solução? Fazer com que os outros ajam em nosso favor. Tudo consiste em convencer os outros que a felicidade deles depende da sua.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Balões

Fosse pelo brilho contra a escuridão do céu à noite, ou pelo sorriso que arrancava das pessoas, o fato é que eu sempre fui fascinada por balões. Esse pontinhos de luz, como estrelinhas que se movem pelo céu, me deixavam pensando... de onde vieram, para onde vão, quem os percebem ou lhes são indiferentes? Perguntas quase filosóficas.
Eu também, como curiosa que sou, procurava um fio, que como as pipas, os ligassem à terra. A física trouxe a explicação - e talvez um certo desencanto - mas deixou uma constatação um tanto poética : eles eram livres para vagar, até que o fogo que os consumiam, se acabasse. Talvez nós também sejamos um pouco assim (cabe esclarecer que "fogo" não necessariamente assume uma conotação sexual, particularmente, o meu seria a já referida curiosidade, que me possibilita uma liberdade criativa e não-corporificada, e portanto, a salvo dos outros).
Ver esses pedacinhos de papel colorido iluminando as noites frias me dá uma alegria infantil. E eu agradeço aos baloeiros por fazerem deles presentes à minha imaginação.




*PS : pra quê ser ecologicamente correta? ;)

Book Club

Aaahh, as minhas meninas! Os meus amores mais lindos, mais atemporais, permeados por todas as (boas) possibilidades literárias. Ocasionalmente, adimitíamos mais membros (ainda mais ruivas,hihi), porém as 4 ainda são as principais - sócias vitalícias.


Se as responsabilidades não nos deixam ter o contato diário, fica sempre latente aquela saudade, o amor e a sensação de que sempre as terei por perto - nem que seja pra aturar os sadismos. ;)


Mocinhas, haja o que eu houver, não sumam nunca, tá?

Tédio, seriados e muita raiva.

Uma coisa que eu realmente gosto de fazer é me jogar no sofá e ver todos os meu seriados favoritos. Sendo eles muitos, sou capaz de ficar dias e dias em frente à TV, sem me incomodar nem um pouco.

Um desses muitos é o Life, que passa toda quarta no AXN. O protagonista, um sujeito que à primeira vista não regula muito bem, é um detetive injustamente condenado por um duplo homicídio, e após cumprir 12 anos de pena numa penitenciária federal, consegue provar sua inocência e é solto, readmitido na polícia e ainda por cima recebe uma indenização inimaginável do governo.

O mais interessante desse cara é que enquanto estava na prisão, tem contato com um livro, O caminho para o Zen. Depois dessa leitura, Charlie aprende a não dar vazão aos seus instintos mais instantâneos - ele mantém a calma e sempre acha um jeito (definitivo) de não fisicamente resolver seus problemas - e olha que ele tem que desvendar o próprio caso, desvencilhando-se das inúmeras armações dos poderosos da polícia de LA , além de lidar com os casos diários para o qual é designado.

Daí, eu tiro uma lição : NUNCA descer do salto, aconteça o que acontecer. O mundo não tem culpa dos seus problemas, tampouco você dos dos outros. Alguma hora, as coisas vão se acertar - e você ainda será uma pessoa respeitável, então.




(Porque nem só de livros e filosofia são feitas as minhas referências, posso - e sou - tão "fútil como qualquer pessoa normal)

quarta-feira, 22 de abril de 2009

¿Quién me va a curar el corazón partío?

E a pergunta que volta e meia me assalta (ainda) é esta: ¿Para qué me curaste cuando estaba herido, si hoy me dejas de nuevo con el corazón partío?

Pode parecer falta de assunto (e também o é). Sinto muito, tenho tempo, tédio, dor de cotovelo e um lugar pra escrever. Alimentados por MUITA música - ocasionalmente estou mais chata, outras horas, nem tanto.

Mas voltando à minha pergunta. Ao menos, o bom de sempre estar me dando mal me dá sabedoria suficiente pra refutar o tendencioso convite à depressão em Después de ti no hay nada. Si,hay (exercitemos o espanhol) - tengo mis amigos, tengo una vida y el deseo de ser feliz.

Então, mocinha, queixo erguido, um sorriso e olhos atentos.

Afinal, nunca se sabe quando pode se encontrar a resposta de ¿Quién me va a entregar sus emociones?

terça-feira, 21 de abril de 2009

Romantismo

Estariam os românticos tão errados assim? Não são os mais belos amores os impossíveis, idealizados, mesmo Platônicos?
Descubrir que o objeto do seu amor não é lá tão perfeito assim pode ser decepcionante, mas ainda não é pior que concretizá-lo, e , então, esgotá-lo.
É mais nobre sofrer à distância que pela distância. E achar que a chuva é o (seu) pranto, e ver a morte como uma saída doce... Me parecem (bons) ideais, mas impossíveis de serem resgatados hoje.

Ainda assim, o Romantismo não morreu de todo. Afinal, a gente ainda espera pelo príncipe, não é?

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Sobre ser passarinho.

Tem dias em que me sinto como um dos muitos canários da minha avó. Pequenos, fofos, dóceis. Só comem e cantam.
Seriam no entanto eles felizes? Batem suas asas e vão de um poleiro ao outro, mas no seu íntimo não sentem falta de uma ancestral liberdade? Se cantam, seriam seus cantos um extravasamento emocional, um lamento melancolicamente belo?
Não sei. Mas uma coisa me fascina neles - e cria esse vínculo estranho de reconhecimento especular. Independentemente do que eles realmente sintam, dia após dia, eles persistem e são capazes de nos dar um daqueles momentos mágicos, em que sorrimos mesmo sem saber muito bem o porquê.
Que eu possa ser então um passarinho, algumas (muitas) vezes.



(escute a música "A case of you", de Joni Mitchell - me ajudou a ajeitar essas idéias)

domingo, 19 de abril de 2009

A mais bonita

"Hoje eu arrasei
Na casa de espelhos
Espalho os meus rostos
E finjo que finjo que finjo
Que não sei"



E novamente a música me salva. Do tédio, do desespero, de mim. Não tenho a pretensão de me fazer querida quando arrisco meus agudos - mais agudas são as sensações que deixo que saiam.
Então me sinto leve. E feliz. Olho pela janela e o mundo está em paz.
Ou quase, afinal é domingo e pulsa no ar a expectativa : da semana, do time que será campeão, do novo amor, da viagem, do tempo que passa, e passa, e passa.

E agora?

Se já não sou o aconchego das horas incertas, me acostumo a espantar o frio (interno) com um chocolate quente e as risadas do amigos. Entendo os ciúmes e a solidão da Karenina, mas compartilho o amor como Vinicius : "Que não seja imortal, posto que é chama / Mas que seja infinito enquanto dure." - eis o mote com o qual, de queixo erguido e voz clara, sigo cantando.
Seguir pode parecer o mais difícil, talvez por ser o essencial. Mas eu sigo, como teimosa que sou.
Até que eu brilhe nos olhos de outro e a chama se renove (afinal, "São demais os perigos dessa vida, pra quem tem paixão principalmente"). Até que tudo não passe de uma doce recordação.