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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Dança



A dança sempre esteve presente em minha vida. Desde pequena. Seja nos movimentos graciosos e disciplinados do balé, na animação do barulho das chapinhas do sapateado, nas cores das danças do nosso folclore ou na sedução das danças de salão, em todas elas eu me encontro.


Tenho a alma assim irrequieta. Tenho essa paixão pelo palco, que pode muito bem ser meu (ou o seu) próprio quarto. Acho que nunca nos entendemos tão bem como quando você me pega pela mão e rodopiamos. (Podemos também rodopiar na cama, se você preferir. E temos mais cambrés e muito mais que 5 posições para começar a nossa dança.)


Mas o que eu mais gosto, mesmo, é que não limito os passos à música. Porque dançar Beatles e seu rock 60's com o passo básico do forró pode ser não apenas divertido, como maravilhoso e perfeitamente adequado, se você me conduzir. E eu fico tão feliz...

domingo, 5 de setembro de 2010

"A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida." (Vinícius de Moraes)



Foi preciso ler algumas muitas vezes para me lembrar de seu significado. Foi preciso passar por muitos desencontros para que hoje eu pudesse me encontrar.

E é assim, já com meu encontro marcado, que eu alcanço a serenidade de reconhecer que em cada desencontro, houve sim um encontro, ainda que fugaz, com algumas partes que, quando se encontram, fazem parte dessa bagunça que eu sou.

E é preciso reconhecer que alguns encontros nos trazem lembranças melhores que outros. Nos fazem abrir um sorriso - que não é de saudade, mas em pensar que apesar de tudo, eu fui sim, feliz.

Aliás, eu fui, não. Eu sou. Principalmente porque alguns encontros, apesar de inesperados e diferentes no tempo, são eternos.

Com licença poética

Quando nasci um anjo esbelto,

desses que tocam trombeta, anunciou:

vai carregar bandeira.

Cargo muito pesado pra mulher,

esta espécie ainda envergonhada.

Aceito os subterfúgios que me cabem,

sem precisar mentir.

Não sou feia que não possa casar,

acho o Rio de Janeiro uma beleza e

ora sim, ora não, creio em parto sem dor.

Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.

Inauguro linhagens, fundo reinos

— dor não é amargura.

Minha tristeza não tem pedigree,

já a minha vontade de alegria,

sua raiz vai ao meu mil avô.

Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.

Mulher é desdobrável. Eu sou.



Eu sou. Tentando abraçar o mundo com meus bracinhos curtos, quero tudo, ao mesmo tempo e agora. Se tem algo que me assusta mesmo é ficar sozinha, do resto, a teimosia me impele pra frente.

E se não é a teimosia, são os sonhos. E esses, ah, esses encontram respaldo em seus pares literários.

Eu sou. Com (sua) licença poética.

domingo, 27 de junho de 2010

"Porque se você não vem é como se o tempo fosse passado em branco, como se as coisas não chegassem a se cumprir porque você não soube delas. Tudo dói, e eu já nem sei mais para onde ir nem o que fazer, se ao menos você me amasse um pouco, não estaria aqui e agora, neste bar, sozinho, longe de você e de mim.
E se você vem, fica tudo maior, mais amplo, sei lá mas é como se eu existisse dum jeito mais completo, compreende?
Só eu sei que cheguei à humildade máxima que um ser humano pode atingir: confessar a outro ser humano que precisa dele para existir".


É fácil perceber a importância de alguém quando essa pessoa nos faz falta. Mas e quando essa falta se dá a cada instante?

A gente só pode ficar quietinha no canto, esperando que façamos essa mesma falta.





(e sorrimos quando percebemos - ou imaginamos? - um pequeno indício que seja)

sábado, 29 de maio de 2010

Nada me deixa mais "autista" que ler. (Quer dizer, em meios sociais...) Mas então, eu fico com aquele olhar perdido, meio morta para o mundo, só que com a cabeça em plena atividade.

E ontem, além de ter em mãos um livro, eu tinha ainda crianças à vista. Pequenos de 7, 8 anos, com um pai no meio, brincando de Queimado. Olhava pra eles e lembrava de quando eu tinha os mesmo 7, 8 anos e passava os recreios e as Educações Físicas correndo, me esquivando e agarrando a bola, tacando com toda a minha força, engolindo o choro quando era "queimada" forte demais.

Fiquei um bom tempo parada, o livro esquecido, um sorriso bobo. Lembrei das minhas maria-chiquinhas compridas e lisas, que me renderam o apelido de Luz Clarita, os shorts meio largos, colocados no alto da cintura (mamãe e suas modas antiquadas - e hoje cintura alta é moda de novo, vai entender), as minhas botas ortopédicas.

E percebi de repente que quando eu me lembro disso tudo, e uma criança não sabe quem é Luz Clarita ou me olha sem pensar em me chamar pra brincar também, é um sinal claro que eu já cresci.

Agora, só quando tiver os meus filhos que voltarei a lidar com maria-chiquinhas, novelas infantis, cantigas...







E quem sabe eles me chamam pra jogar Queimado?

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Trazia um sorriso sapeca no rosto, daqueles de "você aprontou alguma coisa". Contava até dez pra segurar a vontade de falar, mas...

se contasse, estragaria a surpresa. Shhhh!


;)

sábado, 15 de maio de 2010

E quando foi que nossas vozes se distanciaram? Em qual tempo, nessas correrias do dia-a-dia, que a gente se armou de estranhamento e incompreensão?






(Eu pensei que conflitos de idades fossem mais fáceis de resolver)