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quarta-feira, 31 de março de 2010

Catarse


Nunca achei que bebida servisse de desculpa para alguma eventual besteira cometida. Claro que ela interfere, deixa nossos reflexos mais lentos, catalisa certas emoções e tende a nos deixar desinibidos, mas a vontade propulsora sempre existiu, estava ali antes.


A bebida deixa as línguas mais soltas e o autocontrole também. E sem um autocontrole ajustado, a gente acaba deixando transparecer aquilo que não queríamos que fosse notado - pelo menos não ali, naquela hora.


Assim, é quase como se, por alguns instantes, todo o mundo (ou algumas pessoas em especial) nos ameaçasse. O ego sofre um abalo, e para quem sempre o teve como ponto de apoio, não é nada agradável se sentir diminuída.


Como eu disse, a gente sempre tem consciência (ao menos parcial) do que faz, sente ou diz. Mas o sentir, de certa forma, é amplificado - e a razão fica num canto, esquecida. É por isso que eu não gosto de pedir desculpas pelo que faço sob o efeito do álcool (na verdade, eu não gosto muito de pedir desculpas - sou orgulhosa e tenho a consciência disso), o que não quer dizer que eu ache que sempre estou certa.


Não tenho problema nenhum em admitir, portanto.


Eu sinto ciúmes. E fico emburrada por isso. E fico mais ainda quando não percebem - aumenta minha sensação de estar em segundo plano. E como é um sentimento que não controlo, não vou pedir desculpas. Mas eu preciso me explicar, pra tentar controlar melhor isso.


Por você, mas principalmente, por mim.

terça-feira, 16 de março de 2010

Quem vai te abraçar?
Me fala quem vai te socorrer
Quando chover e acabar a luz
Pra quem você vai correr?




Para quem sempre esteve comigo. Para quem, mesmo despretensiosamente, se fez importante - da maneira que alguém pode se fazer mais e mais necessário.


Para quem se fez mais do que um amante, mais do que um amigo - um amigo-amante melhor que qualquer sonho de consumo.


Para quem sempre segurou minha mão - mesmo no escuro.


Você.

sábado, 13 de março de 2010

Carta de amor (tentativa)


Amor, (e só de usar esse vocativo, já acorda aquelas minhas borboletas no estômago)





eu te amo. Eu sei que você sabe, e sei também que esse deveria ser o final dessa carta, mas eu acho que essa é a causa de tudo o que eu possa dizer ou sentir. E você também pode achar que é só uma questão de estilo, se quiser. ;)


Eu acho que já te disse tudo - não quanto poderia ou quanto sinto, mas o que eu consigo expressar. Agora eu sei porque os textos mais bonitos são os mais simples - tudo o que importa é sugerido, apenas. Certas coisas são apenas sentidas.


O mais incrível é que você acaba com toda a minha pretensa originalidade. E ainda assim, é tudo novo, as cores realmente se tornaram mais brilhantes, eu estou mais feliz e a sua voz me acalma (e eu não me importo se nada disso parece fazer sentido, nós é que só fazemos sentido assim: plural, junto) .


E já que sentido não é o problema, queria dizer (de novo) que eu só espero uma coisa: a gente. Muito disso e eu já fico absurdamente feliz, sempre.




Eu te amo. (agora sim, no final, porque isso também é a consequência do que eu faço, digo e sinto)

segunda-feira, 8 de março de 2010

A poesia é incomunicável
Fique quieto no seu canto.

Carlos Drummond de Andrade




mas não esqueça de se fazer notar. ;)

domingo, 7 de março de 2010

Agradecimento

Já conheci muita gente
Gostei de alguns garotos
Mas depois de você
Os outros são os outros...




e só. Só porque você faz de mim uma pessoa mais feliz. E mais bonita. E melhor.


Só porque me ama.





(e eu te amo também, tá?)

Você...

você me deixa confusa. Sério. Você faz aumentar meu falatório interno, mesmo que todas as vozes falem de um mesmo assunto: você.


Hoje eu não dormi - quase. Fiquei ansiosa demais. Saudade demais. Amor demais. Acho que o único sentimento meu por você que não anda demais é a raiva e essas coisas ruins (porque a saudade não é exatamente ruim, é o querer aquilo que está longe, mas querer bem).


Agora eu vou ter mais uma discussão interna - por causa de você. Tudo porque eu preciso sempre te impressionar, estar sempre bonita pra você. Tentar causar em você um pouquinho da surpresa e felicidade que me dá toda vez que eu te vejo. (e penso: 'Nossa, como ele é maravilhoso!', porque não é apenas a sua beleza que me deixa assim)


E é só você que me faz acordar cedo, num domingo, e estar feliz com isso. Mesmo sem dormir. Mesmo sem comer. Mesmo... não, sem cantar, não. Até porque, eu canto muito mais agora. Repertório vasto. Notas agudas e alegres, voz, violão, coração e melodia. Minha canção de amor.




Minha não. Nossa.