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quarta-feira, 31 de março de 2010

Catarse


Nunca achei que bebida servisse de desculpa para alguma eventual besteira cometida. Claro que ela interfere, deixa nossos reflexos mais lentos, catalisa certas emoções e tende a nos deixar desinibidos, mas a vontade propulsora sempre existiu, estava ali antes.


A bebida deixa as línguas mais soltas e o autocontrole também. E sem um autocontrole ajustado, a gente acaba deixando transparecer aquilo que não queríamos que fosse notado - pelo menos não ali, naquela hora.


Assim, é quase como se, por alguns instantes, todo o mundo (ou algumas pessoas em especial) nos ameaçasse. O ego sofre um abalo, e para quem sempre o teve como ponto de apoio, não é nada agradável se sentir diminuída.


Como eu disse, a gente sempre tem consciência (ao menos parcial) do que faz, sente ou diz. Mas o sentir, de certa forma, é amplificado - e a razão fica num canto, esquecida. É por isso que eu não gosto de pedir desculpas pelo que faço sob o efeito do álcool (na verdade, eu não gosto muito de pedir desculpas - sou orgulhosa e tenho a consciência disso), o que não quer dizer que eu ache que sempre estou certa.


Não tenho problema nenhum em admitir, portanto.


Eu sinto ciúmes. E fico emburrada por isso. E fico mais ainda quando não percebem - aumenta minha sensação de estar em segundo plano. E como é um sentimento que não controlo, não vou pedir desculpas. Mas eu preciso me explicar, pra tentar controlar melhor isso.


Por você, mas principalmente, por mim.

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